Influência do carnaval sobre a sociedade
O carnaval, como conhecemos, conta com duas possíveis origens. A primeira trata de uma história nada parecida com o carnaval que vemos nos dias de hoje, não relacionado com a diversão e as malícias dessa época. Segundo essa versão, a palavra “Carnaval” seria oriunda do latim carnevale (carne + vale = carne + adeus), uma referência à Terça-feira Gorda” , o último dia do calendário cristão no qual se pode comer carne, que antecede a Quaresma, ou seja, um acontecimento tipicamente religioso, longe da nossa realidade. Já a segunda atribui a origem ao Carrus Navalis, que era uma festa que acontecia na Roma Antiga onde um carro distribuía vinho nas ruas em homenagem a Dionísio.
Essas celebrações são muito antigas, chegam a ser mais que a própria religião cristã, com diferentes maneiras de representação, desde as festas dionísicas na Grécia Antiga, bacanais em Roma, bailes de máscara do Renascimento até os carnavais com escola de samba no Rio de Janeiro.
Dentre as importâncias econômicas, tradicionais e histórias, fica a determinante para a Psicologia Social, o impacto que a festa e seus simbolismos tem para com a sociedade e o entendimento do porquê de certos comportamentos típicos dessa época.
O nosso mundo moderno é bem adornado de fantasias e máscaras que escondem os desejos e comportamentos mais heterodoxos, os quais são “liberados”, freqüentemente, no carnaval. As danças, cultos sagrados, rituais, enfim, as tradições sapienciais e manifestações culturais, sempre representaram o mundo interno do ser humano, estão no campo do simbólico.
Os símbolos têm sua fonte e raiz no conceito criado por Jung (lê-se Iung), o Arquétipo. Estes mudam muito pouco com o passar dos tempos e evolução das culturas, mas não são estáticos, tampouco estagnados e estão radicados no nível do inconsciente humano. É comum a todos os seres humanos independente de cor, cultura ou credo e estes arquétipos são as “palavras” da linguagem simbólica.
O carnaval tem esse “poder” de escancarar todo tipo de fantasia antes reprimido das pessoas sem o medo de passarem pelo crivo da censura oficial, religiosa ou social. Através das fantasias mais elaboras às mais simples, pode-se retirar as máscaras sociais coladas em cada mente, permitindo a liberação das fantasias.
Estamos vivendo no século da ansiedade, logo usamos o escudo da fantasia. Segundo a psicoterapeuta Mônica Levi, “vivemos em um mundo onde a fantasia é incrementada e reforçada, muitas vezes, pelos nossos pais, pela televisão, novelas, cinemas, propaganda etc. (...) Fantasia é um dos mecanismos de defesa do ego e, portanto, aparece com freqüência nos estados de frustração. Para reduzir a frustração eu crio uma imaginação ou crio um bloqueio de evitação sobre algo que possa me deixar frustrado. Muitas pessoas aparentam ser frias, mas, na realidade, estão evitando as emoções causadas por possíveis frustrações.”
Esse mecanismo de defesa permite, que é um processo mental inconsciente, possibilita a redução do estresse e ansiedade que estamos dispostos no dia-a-dia. O que é saudável, assim como as fantasias que são criadas para preencher algumas lacunas emocionais ou irrigar desejos como um atrativo para se concretizar um objetivo, sonho.
Estamos sempre sendo vistos e julgados segundo os valores dos grupos sociais dos quais fazemos parte e, por isso, vivemos segundo suas expectativas. Na Idade Média, nas festas à fantasia, os nobres fantasiavam-se de maneira a estarem irreconhecíveis e, assim, libertarem suas fantasias. No nosso cotidiano vestimos as máscaras de nossa imagem ao tirarmos as de carnavais e deparamo-nos com os “mascarados” da política, igrejas e grupos sociais. A pressão coletiva nos atinge fortemente, alguns adoecem no corpo ou mente, aí, a saída para muitos torna-se afrouxar as amarras do ego, deixando que o consciente seja estimulado por uma química-energia, deixando-o mais frouxo, entorpecido, sem a censura do superego, segundo Freud. São, então, vítimas de uma espécie de catarse que os possibilita, após essa “terapia”, suportar mais um ano com expectativa de poder passar pelo mesmo processo novamente.
BIBLIOGRAFIA
BUENO, Marcos. Psicologia Brasil. Psicologia, Rio de Janeiro, Fevereiro, P. 28-31, 2004.
Eduardo Leite
4 Comments:
Sim, provavelmente por isso e
Muito bom rever a partir da qual a palavra "carnaval", muitos dizem que o partido eo deboche que vivemos no Brasil, por isso, mas é curioso que a palavra vem de uma mistura de conceitos.
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