A vida como ela é
Quando me deu a notícia de que estava grávida, fiquei sem (re)ação. É lugar-comum, mas é verdade. Ou então demonstrei estar chocado, não sei. Deve ter sido isso, pois ela foi logo me dizendo que não precisava assumir nada, que ela cuidaria do bebê sozinha, essas coisas. Você vê isso em novelas e filmes, não precisa eu explicar aqui.
E eu disse que não, não era bem assim. Precisávamos conversar a respeito. Acho que nesse momento, ela pensou que eu fosse propor um aborto. Longe de mim, apesar de eu ser a favor. Mas não iria pedir para ela tirar o meu filho.
Meu filho. Ficamos de resolver isso depois. Nos despedimos daquele encontro da mesma maneira de sempre. Dei-lhe um beijo na testa e ela foi pra casa. Eu entrei novamente no shopping.
Comprei um chope e voltei para a mesa em que estávamos. A vida é mesmo engraçada. Eu sempre busquei na bebida e no cigarro a resolução para os meus problemas e conflitos. Uma espécie de paz temporária. Mas a fumaça que agora aquece meus pulmões e o álcool que em breve fará efeito sob minha consciência, não resolvem absolutamente nada.
Rafael Rodrigues
2 Comments:
Conto realisto, o título tem tudo haver.
Ainda bem que percebeu isso ;)
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