Poema
A inspiração vem de onde?
Vem da tristeza alegria, do canto da cotovia
Vem do luar do sertão, vem de uma noite fria
vem, olha só quem diria, vem pelo raio e trovão
o beijo dessa paixão.
A inspiração vem de onde?
Transpiração
de Alzira Espíndola
e Itamar Assumpção
Vem da tristeza alegria, do canto da cotovia
Vem do luar do sertão, vem de uma noite fria
vem, olha só quem diria, vem pelo raio e trovão
o beijo dessa paixão.
A inspiração vem de onde?
Transpiração
de Alzira Espíndola
e Itamar Assumpção
Disse um poeta após finalizar seu último poema que aquele foi a obra prima. A volta definitiva as asas da inspiração que ninguem sabe da onde vem. O texto inspirado em uma musa distante, estrangeira de algum trem, que sempre o visitava. Através dos gestos tão suaves da moça, disse o poeta, que as idéias começaram a nascer em sua cabeça, como uma linda música clássica, e ao colocar todas essas idéias no papel tinha criado, então, o já falado poema.
O autor mostrou aos conhecidos sua nova poética, leu em voz alta, entregou uma cópia com carinho a grandiosa musa.
Demorou alguns dias para outro poeta, conhecido como Abílio E. Gonçalves, amigo íntimo do tal citado, ter conhecimento dessa nova poesia do amigo. Estava viajando há dias, quando retornou tinha um bilhete em sua casa com poucas palavras: "Caríssimo, fiz minha obra prima. Venha assim que possível."
Abílio chegou tarde da noite mas atendeu a solicitação, foi até a casa do companheiro com sua empolgação de costume. O amigo quando o recebeu, tirou imediatamente do bolso seu curto poema, convidou-o para ir a sala das visitas, "assim a leitura ficará mais apetitosa".
Quando finalizou após dois minutos a curiosa leitura, Abílio possuia todas as faces do mundo, menos aquela esperada. Sentia os olhos do autor sobre os seus, esperando ansiosamente sua sentença. Resolveu uma segunda leitura, talvez não tivesse visto os detalhes escondidos ali.
Mas não, nada. Não havia nada naquela poesia que não soasse repetido. Ele poderia citar ao menos dez poesia do parceiro que tivessem o mesmo estilo. O uso da linguagem, a forma de louvar a tão falada musa, nada daquilo bateu em seus olhos com o espetáculo único que via o autor.
Se mentisse e o aclamasse como gênio, seria contrário a sua própria fé, de não dar esperanças a poemas medíocres. Se seguisse a linha da sua opinião verdadeira, ofenderia o amigo com poucas palavras, "se isso é sua obra prima, deixe a poesia para seus empregados".
Dobrou a folha novamente, se levantou sem dizer nenhuma palavra. Pensou que talvez com o deslumbramento do amigo, qualquer elogio fictício poderia ser útil. Foi o que fez. Elogiou uma comparação mal feita aos gestos da moça e para o amigo foi o bastante.
Saiu da casa no meio da madrugada, entrou em sua residência, foi ao seu escritório, abriu a pasta com seus próprios textos e os leu de novo. Temia que talvez estivesse tão cego quanto o amigo. Mas com o passar das leituras, caindo em um leve ataque de egocêntrismo, percebeu que na verdade sua escrita era deveras melhor. Naquele dia dormiu feliz.
Se por acaso pensasse no amigo ainda antes do sono, responderia mentalmente com um belo "ele que se dane" e não perderia mais tempo com aquela história. "Francamente, comparar os gestos com as ondas do mar, francamente!".
O autor mostrou aos conhecidos sua nova poética, leu em voz alta, entregou uma cópia com carinho a grandiosa musa.
Demorou alguns dias para outro poeta, conhecido como Abílio E. Gonçalves, amigo íntimo do tal citado, ter conhecimento dessa nova poesia do amigo. Estava viajando há dias, quando retornou tinha um bilhete em sua casa com poucas palavras: "Caríssimo, fiz minha obra prima. Venha assim que possível."
Abílio chegou tarde da noite mas atendeu a solicitação, foi até a casa do companheiro com sua empolgação de costume. O amigo quando o recebeu, tirou imediatamente do bolso seu curto poema, convidou-o para ir a sala das visitas, "assim a leitura ficará mais apetitosa".
Quando finalizou após dois minutos a curiosa leitura, Abílio possuia todas as faces do mundo, menos aquela esperada. Sentia os olhos do autor sobre os seus, esperando ansiosamente sua sentença. Resolveu uma segunda leitura, talvez não tivesse visto os detalhes escondidos ali.
Mas não, nada. Não havia nada naquela poesia que não soasse repetido. Ele poderia citar ao menos dez poesia do parceiro que tivessem o mesmo estilo. O uso da linguagem, a forma de louvar a tão falada musa, nada daquilo bateu em seus olhos com o espetáculo único que via o autor.
Se mentisse e o aclamasse como gênio, seria contrário a sua própria fé, de não dar esperanças a poemas medíocres. Se seguisse a linha da sua opinião verdadeira, ofenderia o amigo com poucas palavras, "se isso é sua obra prima, deixe a poesia para seus empregados".
Dobrou a folha novamente, se levantou sem dizer nenhuma palavra. Pensou que talvez com o deslumbramento do amigo, qualquer elogio fictício poderia ser útil. Foi o que fez. Elogiou uma comparação mal feita aos gestos da moça e para o amigo foi o bastante.
Saiu da casa no meio da madrugada, entrou em sua residência, foi ao seu escritório, abriu a pasta com seus próprios textos e os leu de novo. Temia que talvez estivesse tão cego quanto o amigo. Mas com o passar das leituras, caindo em um leve ataque de egocêntrismo, percebeu que na verdade sua escrita era deveras melhor. Naquele dia dormiu feliz.
Se por acaso pensasse no amigo ainda antes do sono, responderia mentalmente com um belo "ele que se dane" e não perderia mais tempo com aquela história. "Francamente, comparar os gestos com as ondas do mar, francamente!".
Thiago Augusto
(15-11-05)
(15-11-05)
1 Comments:
Só pra vc saber que a mania continua.
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