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Pode parecer ressentimento meu, ou talvez uma afirmação completa. Mas palavras feitas, clichês e outras regalias me incomodam.
Costumo ver a felicidade como partículas. Chuvas que caem, grão em grão, que se bem aproveitadas viram uma tempestade saudosa. Assim, me incomoda qualquer pessoa que soe feliz demais. Contradiz a idéia natural das coisas de que somos honestamente tristes.
Leio muitas mensagens entre amigos, deitadas no senso comum. Elogios automáticos sobre a foto, a roupa. Tudo é tão banal que perdeu sua beleza. A garota comum escreve querendo ser mais selvagem, como se fosse resposta para sua vida incompleta. O verdadeiro instinto está naquilo que forma nossa essência impossível de ser roubada.
Há muitos sonhos sendo planejados, esquecem da vida no hoje. Sonhar é fácil, mas alguém se arrisca a construir do papel um edifício?
Gosto de beber da sinceridade, de colher escolhendo com cuidado cada palavra que digo. Meu bom dia é dito com verdade, meu elogio é composição sincera. Se não gosto, me calo. O silêncio tem poder de combater muitas palavras.
Com o tempo o homem se robotiza. Ações tão comuns que perdem a preciosidade. Almoço, janta, café, cinema, gibi. Tudo passa distante. Deixam mensagens em secretárias como se fossem piada, derramam frases feitas, citam palavras em inglês. Deus, você irá salva-los por isso?
Andando pouco a pouco no moedor de carne, estamos contra a parede. Somos massa do concreto, argamassa para virarmos mais um tijolo na parede da estupidez. Parede que, por sinal, é impecavelmente branca e comum, automática como todos os seres.
No fim se querem saber, sou o pior dos condenados. Ergo minha bengala aos senhores, mas confesso que sei meus próprios erros. E assumo que entre minhas corrupções prezo por manter a calma e tentar ser útil a mim mesmo.
Sou pior que todos eles, mas carrego nos meus dentes o doce veneno letal das palavras. Que matam, consomem e aniquilam na hora em que elas desejam. O resto é bobagem, presunção, ou senso comum.
Leio muitas mensagens entre amigos, deitadas no senso comum. Elogios automáticos sobre a foto, a roupa. Tudo é tão banal que perdeu sua beleza. A garota comum escreve querendo ser mais selvagem, como se fosse resposta para sua vida incompleta. O verdadeiro instinto está naquilo que forma nossa essência impossível de ser roubada.
Há muitos sonhos sendo planejados, esquecem da vida no hoje. Sonhar é fácil, mas alguém se arrisca a construir do papel um edifício?
Gosto de beber da sinceridade, de colher escolhendo com cuidado cada palavra que digo. Meu bom dia é dito com verdade, meu elogio é composição sincera. Se não gosto, me calo. O silêncio tem poder de combater muitas palavras.
Com o tempo o homem se robotiza. Ações tão comuns que perdem a preciosidade. Almoço, janta, café, cinema, gibi. Tudo passa distante. Deixam mensagens em secretárias como se fossem piada, derramam frases feitas, citam palavras em inglês. Deus, você irá salva-los por isso?
Andando pouco a pouco no moedor de carne, estamos contra a parede. Somos massa do concreto, argamassa para virarmos mais um tijolo na parede da estupidez. Parede que, por sinal, é impecavelmente branca e comum, automática como todos os seres.
No fim se querem saber, sou o pior dos condenados. Ergo minha bengala aos senhores, mas confesso que sei meus próprios erros. E assumo que entre minhas corrupções prezo por manter a calma e tentar ser útil a mim mesmo.
Sou pior que todos eles, mas carrego nos meus dentes o doce veneno letal das palavras. Que matam, consomem e aniquilam na hora em que elas desejam. O resto é bobagem, presunção, ou senso comum.
Thiago Augusto
27 de Janeiro de 2006
27 de Janeiro de 2006
2 Comments:
Muito pertinente o tema desse texto.
Uma ótima escolha.
bj
Aloes,
Muito bom o texto. Já tive inúmeras reflexões sobre o tema. Os primeiros parágrafos, principalmente, me pareceram bem familiar a forma de pensar [no sentido de que eu já havia pensado coisas do tipo]. E é excelente isso porque eu não me sinto um louco sozinho!!! hahahaha
Parabéns e sucesso,
Vini
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